Não era fogo. Chama e fumaça, não queimava nem aquecia nossa pele. Ficava ali, crepitando, sem estalar, luz a dizer: estou aqui. Mas não era. Ardia, e – açoitado pelo vento, contorcia-se, vergava, sumia, não apagava. Estava lá, bem aceso, a noite por companheira. Não se alastrava. Quietamente, deixava-se consumir, vermelho-amarelo-vermelho, cor de fogo, mas não era. Silhueta, apenas. Sombra. Solidão... Fogo não era.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Fogo
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