quinta-feira, 19 de agosto de 2010

E III

Quando reapareceu, E trazia marcas, que nem ela explicava. A cabeça de cavalo tatuada no braço direito dava o tom da mudança. Parira cinco vezes. Resolvi explorá-la. Pus o LP na vitrola, E não se fez de rogada, entendendo o convite. Chovia. Na terceira canção, E já não estava mais ali. Esgotara-se. Ao abrir a janela, dei com E, equilibrando-se no limbo de uma folha. Ainda tentei apará-la, mas ela, que brilhava, recusou minha ajuda. A brisa a levou de novo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário