quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Laíde II

Procurei por Laíde, encontrei apenas o eco. E, para provar que a não esqueci, deixarei o telefonema para depois, tempo de lembrar nosso encontro: Laíde, tentanto esconder entre as mãos o rosto acanhado, e eu - não entendendo nada daquilo, esforçando-me para desfazê-la de tudo que fosse vergonhoso. Depois, o medo, a despedida... Nunca mais. Por enquanto, o que ouço são apenas passos na calçada e uma canção à distância. Posso passar o dia aqui, nessa cadeira, que ninguém notará minha ausência. Sei, porém, que Laíde estará lá ou - quem sabe, na cara de chuva do tempo, que o mormaço da tarde anuncia.

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