terça-feira, 30 de março de 2010

Infinito

não havia trem, mas eu o via sempre
sobre restos de trilhos

de maria, a fumaça
uns dentes pra fora, comendo lenha, bebendo água

o lugar do maquinista sem ele
(o trem andava sozinho)

o corpo parecia grande, mas cabia em meu peito

as janelinhas pintadas
aos fundos, a estação encardida, nem sinal de gente!

torcia para que me visse
e viesse me encontrar, mas o céu parece que o prendia

que fim levou, não sei
é possível que ainda esteja por aí
ou – quem sabe, ferro velho, esquecido, à beira da estrada

sei, que de lá não sairá, pois está aqui,
na parede da sala, em viagem sem fim

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